Estadual ou não?

O debate sobre a legitimidade dos campeonatos estaduais continua permeando a imprensa. É um papo chato, mas vale a pena ressaltar alguns pontos que justificam a existência dessas competições.

O campeonato estadual teve muito prestígio até a década de 1990. Os paulistas contaram com grandes disputas até meados de 1998, onde os grandes da capital se alternaram na coroa, sempre com grandes times. Sem falar no começo da década, que contou com o surpreendente Bragantino do pofexô.

De 1989 a 1994, essa máquina ganhou 3 títulos paulistas

Com os ajustes das competições nacionais e a crise financeira dos clubes do interior, os estaduais foram perdendo a graça. Mesmo que graça, no linguajar moderno seja a frenética pululação de patrocínios e grandes contratações. Sem soar repetitivo, o último grande time do interior, que chacoalhou os grandes da capital foi o Mogi-Mirim do carrossel caipira de Rivaldo, Leto, Admilson e Valber.

Vá lá, podemos dizer que o Paulista de Jundiái assustou a galera paulistana. Mas aí já era tarde, em 2003-2004, o estadual já tinha virado Super-campeonato. À época eu gostei de ver uma final diferente no campeonato. Foi engraçado ver Paulo Morsa, no Terceiro Tempo, torcer o nariz para o jogo entre São Caetano e Paulista. Finalmente, havia o fato novo.

Vale a pena assistir o estadual? Não sei. Antigamente (nem tanto), havia uma certa aura. Os times se preparavam para atropelar. Hoje, ensaiam para a Libertadores ou outros campeonatos. A única exceção é o Carioca, que com sua fórmula de torneio de verão, consegue chamar a atenção da mídia e dos torcedores.

Não espero nada dos estaduais. A não se do Carioca. No Paulistão, gosto de torcer para os menores. Eles são a minha esperança na graça do futebol contemporâneo.